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Missôes Urbanas

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(Imagem 1/2)

Evangelização urbana, o que é isso?




Existe um tipo de evangelização que cresce quanto a popularidade. Esse tipo de evangelização é a Evangelização Urbana, que nada mais é do que evangelizar os grandes centros e metrópoles. Inicialmente, essa definição tão simples pode disfarçar a complexidade do assunto.


O êxodo rural fez com que as metrópoles crescessem assustadoramente. “Hoje mais de 50% da população do mundo vive nas cidades, enquanto que em 1950 a população urbana mundial era de apenas 16%. Em 1900, apenas a cidade de Londres tinha mais de um milhão de habitantes, agora já são 405 cidades com mais de um milhão de habitantes”[1]. No Brasil, essa realidade não é diferente. De 1940 ao ano 2000, houve um crescimento urbano de 81,23%, enquanto a população rural cresceu apenas 18, 77%. Existe uma clara migração da população rural para os grandes centros – o que faz com que a desigualdade social também cresça, pois muitas dessas pessoas que saíram do campo não encontram emprego e nem vida digna nos grandes centros.


Esse urbanismo, como é comumente chamado, trouxe desafios enormes para a igreja moderna. Hoje se fala de evangelização urbana em quase todas as denominações, inclusive na Igreja Católica Apostólica Romana.


A necessidade de se planejar um método evangelístico para os grandes centros deve-se ao novo desenho da sociedade hodierna. Os grandes centros são produtores das grandes aglomerações, mas também de grandes facções. É comum se falar hoje de tribos sociais. As pessoas, por motivos intrínsecos, tendem a se agruparem. Esses grupos são formados por áreas de interesses diversos: os jovens não são sempre unidos, como era de se esperar, pois eles mesmos são divididos em grupos e subgrupos. Existem os roqueiros; dentre os roqueiros, existem os que gostam de hard rock, metal, e o mais novo grupo, os EMOs. Segundo a definição de Douglas Romero, “Emo vem de ‘emotional hardcore’, que é um gênero de música. Contudo, Emo virou um rótulo para adolescentes que usam meia franja caindo sobre os olhos, roupas pelo menos dois números menores. Usando uma mochila horrível, cheia de bottons da Hello Kitty, um Ipod no bolso e chaveiros de bichos pendurados na Mochila. Ainda definem os Emo como Emocionais, chorando a todo momento. Com isso, algumas pessoas recriminam essa tribo”.[2]


Essa diversidade de tribos e de cultura mostra que o desafio dos grandes centros é grande! Se você pertence a uma tribo social, provavelmente será olhado com desconfiança pela outra. Essa separação de tribos não se restringe apenas a tribos de jovens, mas revela a tão comum separação socioeconômica e cultural. Soma-se a toda essa divisão tribal, a própria igreja, que é definida por muitos como tribo evangélica.


As tribos são facilmente observadas. Elas têm um mesmo linguajar, vestem as mesmas roupas, freqüentam os mesmos lugares e conversam invariavelmente o mesmo assunto. Por isso, caracterizar os evangélicos modernos como mais uma tribo não está muito longe da realidade; até o “evangeliquês” (linguajar evangélico) foi criado para a comunicação interna de seus adeptos.


Juntamente com as tribos e com o crescimento assombroso da população urbana, existe um outro fator que dificulta a evangelização: a insegurança. Cada vez mais, a população se cerca de câmeras de segurança, grades altas, cercas elétricas, segurança privada e coisas do gênero. Bater na porta de uma pessoa desconhecida para ser atendida por ela é, no mínimo, uma aventura. Entregar folhetos dentro de um prédio? Se conseguirmos passar pela portaria, já é um sucesso. Sem falar que a quantidade de impressos de propagandas que recebemos faz com que a leitura de um folheto seja uma raridade. Isso tudo deve ser acrescido à poluição visual e sonora que os grandes centros têm. Existe ainda mais um complicador: o bombardeio de alguns programas evangélicos na televisão com sua diversidade doutrinária e com abusos criticados pela mídia e pelos homens de bom senso.


Bom, você deve ter vislumbrado um pouquinho da dificuldade evangelística de nossos tempos; isso porque não falamos do relativismo moderno, do amoralismo, agnosticismo e da visão ateísta.
Para derrubarmos esse muro que nos separa da sociedade, é preciso nos prepararmos melhor. Precisamos conhecer a nossa cidade, nosso bairro, nossos amigos, nosso país. É necessário um preparo completo e uma dose de paciência, pois, na evangelização urbana, nada é tão rápido como queremos. Sobretudo, a conversão pertence a Deus.


Existem diversos métodos de evangelização urbana: encarte em jornais, literatura, internet e entre outros. Contudo, os autores contemporâneos são categóricos ao dizer que uma das melhores formas de propagar o Evangelho é a evangelização pessoal. Para que façamos esse tipo de evangelização, é necessário modificar o pensamento separatista. “A reação de muitos cristãos à nossa sociedade ímpia é a separação pessoal. Insistimos que devemos manter nós mesmos e as nossas crianças separadas de relacionamentos pessoais com incrédulos. Nós queremos ser puros, santos, separados dos pecadores, e pensamos que a única maneira de fazer isso é nos mantermos separado deles. Mas se queremos nos manter separados, então, disse Paulo, teríamos que deixar o mundo de vez (1 Co 5.9-13). (...) Como poderemos ter comunicação verdadeira com as pessoas a respeito do Evangelho de amor, autodoação, e a Palavra encarnada se nos distanciamos daqueles que precisam ouvir a mensagem? Um amigo que ainda não é crente se expressou assim: ‘O problema dos cristãos é que vocês vivem num casulo. Todos os seus amigos íntimos são cristãos. E o que acontece com pagãos como eu? Quem irá me alcançar?”.[3]

“Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes” (Mt 9.12).

Que Deus nos dê sabedoria para não sermos um gueto!

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